Após a leitura da Parte 1 do livro "REIMAGINAR NOSSOS FUTUROS JUNTOS — Um novo contrato social para a educação", publicado em 2022 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, registo os seguintes tópicos:
Princípios fundamentais do novo contrato social para a educação:
O direito à educação ao longo da vida - um direito continuado e ampliado que abranja os direitos à informação, cultura e ciência.
Fortalecer a educação como um esforço público e um bem comum que garanta financiamento público e na qual toda a sociedade possa participar e opinar, de forma a que se maximize o pleno através das participações da comunidade.
Com o planeta em perigo e em mudança rápida, retrocessos a nível democráticos, alterações climáticas, ameaças de aumento de desemprego com o aparecimento da inteligência artificial, há esperança que as tecnologias digitais venham trazer grandes benefícios, e mais que isso, grandes mudanças positivas no seio da educação.
As alterações climáticas são um pilar a ter em consideração e vão influir nos próximos 30 anos, que serão derradeiros e preponderantes no que virá a seguir por muitos séculos. O aumento populacional e com ele a procura crescente de recursos do planeta e o aquecimento do mesmo trazem ameaças a toda a biosfera. Os efeitos da mudança climática terão repercussão na educação. Como? A falta de professores devido ao deslocamento é uma consequência de desastres naturais causados pelas mudanças climáticas.
Pesquisas mostram que o calor afeta de maneira negativa a aprendizagem e com o aquecimento do planeta, a maioria das escolas não consegue adaptar-se a isso. Projeções mostram que "até 2070, cerca de um terço da população mundial viverá em áreas consideradas inadequadas para humanos devido ao calor intenso."
E claro, as desigualdades na sociedade distribuem os recursos de uma forma injusta.
As tecnologias digitais foram extremamente úteis na era da COVID-19, apesar dos seus benefícios bem patentes, há o lado negativo, que trouxe mais exclusão, nomeadamente a grupos desprivilegiados.
É preciso, pois, criar um ambiente digital mais flexível a todos.
Os adultos podem aprender, e muito: cada vez mais há o conceito científico de neuroplasticidade. Cada vez mais o ser humano terá de se adaptar e aprender, e de uma forma mais rápida que nunca, ainda para mais com a ameaça da Inteligência Artificial que tenderá a roubar empregos, o que levará as pessoas a terem de se adaptar a novos desafios e a terem de mudar de ramo de uma forma abrupta.
Na página 32, os autores do documento referem:
“As tecnologias, os recursos e as plataformas digitais podem ser direcionados para apoiar os direitos humanos, melhorar as capacidades humanas e facilitar a ação coletiva para a paz, a justiça e a sustentabilidade.”
Há uma crescente polarização e ascensão de líderes populistas. Por seu turno, há cada vez mais uma mobilização cidadã e o ativismo, principalmente jovem.
O desemprego está a aumentar e também as disparidades de género, e também infelizmente a segregação.
Assim, a educação para a sociedade terá cada vez mais um papel crucial.
Os mercados de trabalho vão mudar. Enquanto alguns países enfrentam um enorme envelhecimento populacional, outros têm uma população jovem em rápida expansão.
Após a leitura destes capítulos, posso refletir sobre o tema da educação que tem sido debatido ao longo do tempo da evolução da nossa sociedade. Com o aparecimento das novas tecnologias, em que a Internet nos permitiu conectar em rede, surge assim uma nova oportunidade/necessidade de melhorar a educação de uma forma mais sustentada, justa e clara - embora com esta responsabilidade apareçam também ameaças, nomeadamente as fake news, a contra-informação e a própria exclusão digital.
A primeira parte do documento faz assim, uma análise global da nossa sociedade, dos perigos e dos novos desafios que aí vêm.
Mas há uma mensagem de esperança no que toca ao futuro da educação...
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