O conceito de educação Onlife era novo para mim até então. Se calhar, de uma forma inconsciente já havia pensado na educação por alguns destes prismas mas nunca tinha refletido de uma forma tão abrangente e prática. Como tive a oportunidade de escrever na Sala Virtual Assíncrona no âmbito da Pós Graduação em Educação Digital e em Rede na Unidade 1 - Sociedade e Educação Digital e em Rede, no documento "Por um novo conceito e paradigma de educação digital onlife", de José António Moreira e Eliane Schlemmer (https://doi.org/10.5216/revufg.v20.63438), há uma abordagem do fim da distinção entre o online e o offline, resultante de uma realidade hiperconectada, aparecendo assim o conceito de que estamos a falar, que abrange o mundo biológico e o físico. Na minha opinião, e ainda para mais como professor de informática, faz todo o sentido essa hiperconectividade, pois uma educação baseada somente numa componente clássica nem sequer acompanha o potencial de todos os recursos inovadores que continuam a aparecer nem segue o novo paradigma da educação. Não anulando nem rompendo com o passado, pelo contrário, absorvendo décadas de conhecimento e pedagogias ditas físicas, é preciso perceber que esta nova oportunidade deve surgir de uma forma sustentada e integrativa - o tal conceito de dimensão híbrida, que alia assim o passado com o futuro. Ignorar o potencial das tecnologias na educação é descurar daquilo que neste momento é pilar na nossa sociedade rumo ao futuro. Já vimos a adaptação digital que foi feita aquando da pandemia da Covid-19 e agora estamos perante este novo paradigma que vem trazer um conhecimento que flui com mais recursos, e abre as portas para esta nova ecologia, e nos faz perguntar como poderão ser estes diferentes espaços integrativos e como pode assim a educação evoluir de uma forma sustentada, inclusiva e equilibrada para todos.
Após uma discussão aberta e muito interessante sobre este paradigma Onlife, na Sala Virtual Assíncrona, através das opiniões e pesquisas dos meus colegas e do professor José António Moreira e das minhas próprias pesquisas e leituras, concluo que este paradigma procura uma flexibilidade que creio que não existia até então na educação, pelo menos nos seus parâmetros convencionais. Estes parâmetros convencionais educacionais tinham e têm, por exemplo, por suposto um mecanismo de avaliação tradicional que avaliava um aluno de uma determinada maneira. E questiono: a avaliação do conhecimento não é ou não pode vir a ser tendenciosa de uma maneira que vai avaliar exatamente o que o elemento de avaliação vai procurar avaliar? E essa avaliação consegue perceber se o avaliando possui conhecimento sobre a matéria ou vai apenas incidir numa parcela que até pode estar por si só influenciada pelo próprio elemento avaliativo? Se faço estas perguntas é no sentido de me antecipar às potenciais críticas a este conceito que estamos a estudar.
A flexibilização da educação Onlife vem partir do princípio de uma dinâmica numa variedade de ambientes online e offline, inerentes ao aluno, sendo que o mesmo por via de vários meios híbridos vai absorver um conhecimento abrangente.
Para finalizar, o paradigma da educação Onlife vem, na minha ótica, trazer uma nova versão à educação, revolucionando-a por completo. Essa revolução vai requerer muita adaptação de uma sociedade que já percebeu na altura da pandemia do Covid-19 que o digital é mais do que uma valia, é uma certeza de recursos apelativos, bem construídos (cada vez melhor atualizados e melhorados) e dinâmicos. Ainda assim, esta nova versão da educação traz imensos desafios que se caracterizam pela formação de docentes, uma adaptação curricular e uma flexibilidade e um entendimento das tecnologias e do seu potencial. Essa disrupção, que alia por assim dizer, o antigo com o novo e não criando barreiras entre eles, numa dimensão híbrida é a perspetiva de uma educação revolucionária, fresca e transfiguradora.
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