Ambiente de trabalho da aplicação TEDEd, que gerou um excelente debate sobre ambientes educativos emergentes, promovido pela professora Sara Dias-Trindade
Ao longo deste Tema temos falado muito de uma reconfiguração da educação, onde o digital é a grande presença, embora se tenha analisado e concluído que esse novo paradigma de educação que se procura que desponte, se revolucione também na componente analógica - e principalmente, como se vai introduzir o digital nessa componente, de forma a que os dois se fundam de uma forma híbrida e natural. Alguns recursos digitais são dominados pelos alunos (se considerarmos o ensino obrigatório) que nasceram na era digital e da Internet, se considerarmos redes sociais como o Instagram, o Threads, o X ou o Facebook, mas também jogos como o Roblox e o Spatial. Mas a utilização que muitos utilizadores dão a essas redes sociais muitas vezes não é a mais adequada. No vídeo https://www.youtube.com/watch?v=EcspUD0kF7g é mostrado o impacto negativo que as redes sociais podem proporcionar, e apesar de ficção, não anda muito longe da realidade atual. Cabe também ao professor assumir um papel não só da componente técnica dos recursos digitais que tem ao seu dispor (porque essa parte a maior parte dos alunos já a domina, como referi), mas ser um agente aquietador na forma como esses recursos devem ser utilizados, informando dos perigos, mostrando as opções e os caminhos, promovendo os recursos digitais num âmbito positivo, sem perigos, promovendo debates, criando questões e dando conclusões que só vão beneficiar o ensino.
Na ampla discussão na ferramenta Ted Ed, chamei a atenção para algo que, como professor da Informática, assisto por vezes, que vem a ser a capacidade que os alunos têm para utilizar aplicações de redes sociais, o que não quer dizer que a utilizem corretamente, como referi. O debate voltou-se assim para a susceptibilidade dos jovens e a inteligência emocional que ainda não detém para serem capazes de lidar com muitas das adversidades que podem ocorrer. Dei alguns exemplos de jovens que fazem muita comparação com o outro, não sendo capazes de atingir aquilo que está relatado (ou fotografado) nas redes sociais, mas que também não é necessariamente real, aquele conceito de uma felicidade absoluta no melhor dia de sol de sempre por exemplo. Referi também exemplos concretos de alunos meus com doenças mentais e que achava que muito disso advinha das redes sociais e da comparação que fazem uns com os outros. Mas não se podem crucificar as redes sociais e temos de averbar o seu papel positivo para a sociedade, sendo que aqui entra o papel do professor que será também alertar para esse discernimento, clarividência e e zelo e também educar para a tecnologia com fundamento.
- Haleem, A., Javaid, M., Qadri, M. A., & Suman, R. (2022). Understanding the Role of Digital Technologies in education: a Review. Sustainable Operations and Computers, 275–285. Sciencedirect. https://doi.org/10.1016/j.susoc.2022.05.004
- Dias-Trindade S., Ota M. A. e Gomes E. da Silva (2022). Competências digitais: perspectivas para inov@r os espaços de aprendizagem in Berg J., Vestena C. L. B. e Costa-Lobo C. (Org.), Criatividade, educação e inovação social. Série Tecido em Criatividade, Volume 4. São Paulo: Pimenta Cultural, 2022.
- Reuters (2023) 'Metaverse school' teaches students using VR, disponível no Youtube no link: https://youtu.be/4nwQ36m9aDE
- Siemens, G. (2005). Connectivism: A learning Theory for the Digital Age. Creative Commons License. https://www.itdl.org/Journal/Jan_05/article01.htm
- Mazurkievicz, G. L. (2013). Educação a distância e a literacia digital no processo de formação continuada de professores. Tese de doutoramento. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica.
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