Creio que não será injusto referir que este foi de longe o debate que suscitou mais comentários, sendo por isso mais difícil criar um resumo das opiniões ou mesmo de tudo o que foi escrito no fórum (https://elearning.uab.pt/mod/forum/view.php?id=1053664), mas fica aqui um balanço geral com aquelas que foram as minhas ideias, reflexões e respostas aos meus colegas:
A colega Elisabete Picanço elaborou um Plano que consistia em elaborar uma proposta de vídeo de apresentação da comitiva da escola para os jogos desportivos escolares. O plano da colega foi avaliado pela IA e a conclusão da mesma foi o seguinte: “O plano de avaliação é bem elaborado, com uma estrutura sólida que cobre todos os aspetos essenciais para avaliar um projeto multimédia de forma eficaz. As sugestões de aprimoramento visam apenas potencializar ainda mais os benefícios deste plano, garantindo uma experiência de aprendizado completa e rica para os estudantes.” Mediante a resposta do Chat GPT ao seu plano bem como a sua análise escrevi o seguinte:
"Bom dia, Elisabete.
Tive a ler o teu plano e a atividade planeada é muito interessante e a própria escola vai usufruir do seu resultado. As sugestões do Chat GPT visam melhorias bastante sugestivas, por exemplo em relação à inclusão da autoavaliação no resultado final, de forma aos alunos melhorarem o processo avaliativo. É claro que apesar de não teres escrito a autoavaliação no teu plano muito provavelmente a irias fazer. As conclusões e pareceres do ChatGPT são, como também dizes na tua reflexão, sempre úteis e dão sugestões que ajudam a melhorar o nosso trabalho e eu pessoalmente tenho de me render à maneira útil como nos pode ajudar no ensino."
O meu colega Pedro Augusto elaborou um plano referente a Montagem e Programação do Arduino como Sensor de Distância, para alunos do 9º ano. Na altura achei muito interessante e referi que Em relação à sugestão do ChatGPT em envolver os alunos no processo da definição dos critérios, creio que a IA teve em conta o facto de serem alunos mais velhos do que por exemplo os meus (de 7º ano), onde os alunos são mais responsáveis para definirem os seus próprios critérios. No meu caso esta sugestão não aconteceu, pelo que saliento a especificidade da IA na sugestão de medidas.
O colega Luís Costa elaborou um plano em que alunos de Robótica do 7º ano teriam de construir um robô que funcione como um lutador de sumo. Na altura respondi ao seu plano, escrevendo gostei muito da sua atividade, está relacionada com o que eu tenho feito em Robótica no ano letivo passado. O seu prompt foi bastante inteligente e claro na procura por sugestões. Estou a gostar muito das respostas geradas pela IA, elas podem ser até certo ponto generalistas mas tenho lido aqui no fórum respostas muito interessantes mesmo, circunstancialmente, com sugestões que não me lembraria à partida. Quando elas surgem, de facto há muito feedback da IA que considero profícuo e de possível utilização e que eu poderia aproveitar. No caso da atividade do Luís, conhecendo do que se trata, destaco a atenção que o ChatGPT teve quando sugeriu relativamente à carga de trabalho e tempo: “Três aulas de 90 minutos podem ser insuficientes para um projeto desta complexidade, especialmente considerando a necessidade de testar e ajustar os robôs. Pode ser necessário mais tempo para garantir que todos os alunos consigam completar o projeto com sucesso.” De certo modo concordo com o que a IA sugeriu, pois eu próprio analisando algumas turmas de 7º ano da disciplina de Robótica, seria bastante provável que precisassem de mais tempo do que 3 aulas de 90 minutos para este projeto. Daí estar a achar fantástica a mais valia de obter estas sugestões por parte da IA. Muito bom.
A colega Liliana Pinto elaborou um plano para o 4.º ano, do 1.º Ciclo do Ensino Básico, e na altura referi que de facto era uma atividade à qual não era a “minha praia” pelo público alvo a que se destina e por ser de ensino básico, que não percebo muito, não obstante, muito interessante. Referi que neste caso, não sei se a IA teve a “inteligência” de verificar a jogabilidade do site que foi fornecida no plano, apenas referiu que os sites “tornam o aprendizado mais envolvente e interativo”. Seria preciso que fosse capaz de entrar no site e verificar o jogo. Neste caso, não sugeriu nada de novo, apenas analisou o plano elaborado mas reforçou e até acrescentou informação à criação do próprio plano, o que no meu caso daria uma grande ajuda.
A colega Maria Joana Fonseca elaborou um plano para alunos do 5º ano e para a disciplina de Inglês. Na altura escrevi o seguinte: “Em relação ao feedback do ChatGPT, fiquei mesmo surpreendido com as suas sugestões de melhoria, não sei se a colega poderá concordar comigo por ser mais especializada na matéria mas no meu caso, talvez por não ser a minha área, aproveitaria imensa informação daquilo que foi sugerido. O cuidado que a IA teve com a questão do tempo e a própria justificação é quase humana e certamente muito mais especificada do que eu conseguiria prever. A sugestão da atribuição de fichas de apoio é fantástica, com a devida justificação de serem estratégias de reforço. Em suma, para mim, foi uma resposta muito construtiva e eu certamente aproveitaria muitas das suas sugestões.”
O colega Jorge Fonseca elaborou um plano para uma formação em empreendedorismo, direcionada para alunos do ensino superior, na qual será utilizada uma abordagem heutagógica. É uma formação ambiciosa, com algumas semelhanças com a nossa pós graduação. O Chat GPT deu boas sugestões, com pontos positivos e negativos, nalguns casos um ponto positivo pode ter também a sua parte menos boa, salientando a questão do blog: se por um lado o Chat GPT considera que “O uso de blogs e fóruns promove o envolvimento ativo dos alunos e a reflexão contínua sobre o aprendizado” por outro lado refere que a “manutenção de um blog, participação em fóruns e criação de vídeos, pode ser sobrecarregante para alguns alunos, especialmente em uma formação assíncrona onde a auto-gestão do tempo é crucial”. Portanto uma vez mais, não me querendo estar a repetir, há que apontar a IA como uma enciclopédia de informações que até são bem cruzadas, são analisadas e bem referidas, no final, é o professor que decide o que fazer perante o curso, o público alvo e de acordo com a sua experiência, e já agora, com a sua sensatez.
Muito mais foi dito no fórum, penso que excedeu todas as expectativas e elevou a minha mente para a utilização da IA na avaliação e no decurso das minhas futuras aulas. Acima de tudo, como respondi no fórum ao colega Luís Costa, é interessante usar o ChatGPT no âmbito das aulas, acho que é um marco que para o bem e para o mal vai mudar a nossa sociedade, e a educação não é exceção. Também tem sido interessante verificar que para perguntas um pouco diferentes as respostas podem ser bem díspares, apesar do objetivo final pretendido ser o mesmo. Mas, também os humanos não nos percebem bem se não os inquirirmos da forma correta, portanto como podemos julgar isso?
Ficou assim bem patente que a boa utilização da IA pode ser uma mais valia para o professor, às vezes, mais que uma ferramenta de auxílio, uma “opinião” válida baseada em milhões de dados e de informações cruzadas e analisadas. Também ficou bem claro que o professor, no final, é um elemento curador e responsável por decidir a implementação de todas estas ferramentas com o seu espírito crítico, capacidade de julgamento e sempre tendo em conta o público alvo que está à sua frente, nunca descurando que se tratam de humanos diferenciados na qual cada recurso terá de ser sempre bem tratado e humanizado.
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