quinta-feira, 18 de abril de 2024

Resumo e Conclusões pessoais sobre o Tema 2 - Inovação em Educação Digital e em Rede da Unidade 1 - Sociedade e Educação e em Rede


No dia 7/4/2024 iniciamos o debate relativo ao Tema 2 (Inovação em Educação Digital e em Rede) da Unidade 1 (Sociedade e Educação Digital e em Rede). O professor J. António Moreira disponibilizou um vídeo em que aborda a era híbrida, na plataforma VideoAnt que foi amplamente comentado e debatido pelos colegas:



Era Híbrida, Educação Disruptiva e Ambientes de Aprendizagem (J. António Moreira)


No vídeo, o professor Moreira fala-nos do hibridismo que é o novo conceito onde as ferramentas analógicas vão dialogar com as digitais, fazendo-se assim a transição para o paradigma onlife. O professor fala da questão do tempo de educação pois com todos os meios digitais, esta intemporalidade de aprender, é também um novo conceito neste novo paradigma, como são os exemplos das salas virtuais assíncronas. Como diz o professor, "desde que haja uma ligação online há uma aprendizagem que ocorre em todo o tempo".


Há que salientar, de acordo com a bibliografia disponibilizada para este tema, o Plano de Ação para a Educação Digital:





Este Plano consiste numa iniciativa da União Europeia que nos começa por relatar que a pandemia de Covid-19 veio mostrar uma necessidade, mais do que dar um impulso, para uma modernização e integração do ensino híbrido, conjugando o ensino presencial com o digital. Abriu-se assim a necessidade de reforçar a transformação digital necessária para essa mudança. Contudo, de acordo com os estudos efetuados sobre a capacidade para lidar com o digital mostraram muitas limitações, sejam limitações dos intervenientes (professores e alunos) que não possuem, de uma forma abrangente, formação e apetências digitais para lidar com este novo paradigma, sejam limitações de recursos digitais. Assim, foram definidas duas prioridades. A prioridade 1 fala numa “promoção de desenvolvimento de um ecossistema de educação digital altamente eficaz”, com as suas 6 ações. A prioridade 2 aborda o reforço das “aptidões e competências digitais para a transformação digital” que a Comissão Europeia deverá fazer para alcançar este objetivo. Neste plano existem 3 parâmetros de qualidade pressupostos para a educação: qualidade, inclusão e acessibilidade para todos. Portanto, é mais uma iniciativa de abordagem à nova era digital que se pretende, com os seus desafios e questões.




Em continuidade do Tema 2 (Inovação em Educação Digital e em Rede), o artigo “Una mirada diferente para la Educación Híbrida” fala-nos da maneira como se deve dar um sentido a estes novos paradigmas da educação. Nos comentários do Videoant referi que o artigo defende que a presencialidade e a virtualidade se devem ligar de uma forma tão fluida que vão seguir em direções que se aproximam cada vez mais e podem assim coexistir de uma forma natural (Sangrà, pp. 122). O digital é introduzido e assoma-se, de acordo com as tecnologias e as tendências emergentes, de uma forma convergente ao mundo presencial.


No artigo são assim recomendadas quatro ações que podem ajudar a desenhar um modelo híbrido com uma perspetiva diferente, abordando os dois conceitos de educação presencial e digital, potencializando ao máximo um ensino de qualidade:

  • Um concepção baseada numa nova perspetiva (online),
  • Uma nova abordagem à gestão do tempo,
  • Um aumento da capacidade de autonomia do estudante,
  • O desenvolvimento de um sistema de avaliação contínuo, formativo e diversificado.


Em jeito de uma conclusão pessoal, o Tema 2 da Unidade 1, veio consolidar os conceitos de educação híbrida, educação digital, ecossistemas digitais em rede e claro o paradigma Onlife. Claro que quanto mais aprendo sobre estes conceitos mais questões levanto. Se até há pouco tempo nem conhecia o conceito de “Onlife”, estou agora mais “ligado” à perspetiva de uma educação hiperconectada em rede, onde os ecossistemas da educação vão muito mais além dos ecossistemas construídos e podem também ser espaços naturais e virtuais. Vejo uma forma de valorização da biosfera como um espaço de aprendizagem, olhando também aos recursos limitados do planeta e entendo que o acesso ao digital, se bem incorporado, pode ajudar no problema das alterações climáticas, ou pelo menos atenuar essa questão.

Há também a questão da formação: não só a formação dos alunos, que agora têm uma oportunidade melhor para a educação ao longo da vida, mas também a formação de professores, um elemento-chave no desenvolvimento deste paradigma. Essa formação começa por uma mudança de mentalidade do professor, e olhando ao meu redor, entendo que não será fácil fazer essa transição para o digital de um dia para o outro. É certo que já existem imensos recursos digitais ao dispor da educação, agora, a mentalidade e a inovação de como eles podem ser usados é que é a questão, na minha ótica, crucial - entender também que esse processo pode agora ser gerido num espaço temporal diferente do que estávamos habituados. Particularmente, nesta Pós-Graduação, pude experimentar esse conceito de tempo assíncrono - um tempo variável de aluno para aluno, em horas do dia diferentes, mas em que juntos se conseguiram debater ideias de uma forma extremamente útil e profícua. Essa conexão que se estabeleceu é exemplo da promoção de relações e conexões e de um trabalho colaborativo, que pode ser entre alunos e entre professores.

Outra questão que me afogueou a mente foi a questão dos atores não humanos. O professor J. António Moreira, na última sessão síncrona referiu mesmo a aceitação desses elementos como o ChatGPT para a inclusão de ideias, desde que corretamente referenciadas. Esta utilização prática da Inteligência Artificial é um não negar da própria evolução tecnológica e coloca essa essência da IA ao dispor da educação, lado a lado.

Com tudo isto compreendo que o digital não é tudo - o desafio está no equilíbrio que se deve criar entre o digital e o analógico, e entender que um aluno ou um grupo de alunos podem ter uma predisposição diferente para aprendizagens diferentes. Nem tão pouco considero que o próprio ensino analógico deva ficar estagnado enquanto o digital evolui. Por fim, concluo também que essa nova realidade de ensino que está a emergir deve servir para os dois lados, quer para o analógico, quer para o digital.




Referências Bibliográficas:


Sangrà, A. (2022). Una mirada diferente para la Educación Híbrida. Video Journal of Social and Human Research, 1(2), 117-125


MOREIRA, A., HENRIQUES, S., BARROS, D., GOULÃO, M.F., CAEIRO, D. (2020), Educação digital em rede: princípios para o design pedagógico em tempos de pandemia, Lisboa




Schlemmer, E., & Moreira, J. A. M. (2020). Ampliando Conceitos para o Paradigma de Educação Digital OnLIFE. Revista Interacções, 16(55), 103–122. https://doi.org/10.25755/int.21039


MOREIRA, J. A. .; SCHLEMMER, E. Por um novo conceito e paradigma de educação digital onlife. Revista UFG, Goiânia, v. 20, n. 26, 2020. DOI: 10.5216/revufg.v20.63438. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/63438. Acesso em: 14 mar. 2024.


UNESCO (2022). Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação. International Commission on the Futures of Education. ISBN 978-65-86603-23-1.

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