quarta-feira, 1 de maio de 2024

Abordagem geral sobre o recurso ao digital - Unidade 1 e Unidade 2


Tendo praticamente terminadas as Unidades 1 (Sociedade e Educação Digital e em Rede) e 2 (Ecologias e Ambientes Virtuais de Aprendizagem) da Pós Graduação Educação Digital e em Rede (Universidade Aberta), acho importante fazer uma reflexão geral sobre as temáticas abordadas, fazendo uma contra-análise, abordando vantagens mas também desvantagens do ensino com o recurso ao digital.

Como é sabido, o Plano de Ação para a Educação Digital, uma iniciativa da União Europeia, defende o ensino com recurso ao digital e, de forma sólida, perspetiva o futuro, enquadrando esses recursos digitais como úteis e mesmo preponderantes para uma melhor educação.

No vídeo seguinte, o professor J. António Moreira também defende a importância do digital, abordando esse surgimento aquando da pandemia, e no paradigma assente no desenvolvimento da educação digital, o quão necessário foram os recursos digitais para manter o ensino assente e a decorrer numa altura crítica onde uma grande parte da sociedade parou:




No vídeo, disponível no Youtube, o professor e autor responde à questão "O que significa hoje falar em realidade hiperconectada e educação onlife?", perspetivando um futuro para a educação.


Em suma, são inúmeras as vantagens do recurso ao digital, e este novo paradigma “onlife” que emerge parece ser inevitável e o caminho certo a percorrer rumo a um ensino de melhor qualidade e que chegue a todos de uma forma justa.


No livro "REIMAGINAR NOSSOS FUTUROS JUNTOS — Um novo contrato social para a educação", publicado em 2022 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, é feita uma análise extremamente completa dos desafios que vão emergir e são lançadas várias conclusões que vão também de encontro ao ensino digital.

Tentei resumir o livro em três partes:


Parte 1


Parte 2


Parte 3



A professora Sara Dias-Trindade aborda de uma forma direta essas competências digitais, relatando a integração das plataformas virtuais na educação. No vídeo abaixo, a professora fala dos ecossistemas de inovação na educação e a importância das competências digitais:







As tecnologias de assistência à aprendizagem podem ser smartphones, smartboards, tablets, portáteis e muitos mais dispositivos que vão trabalhar com inúmeros softwares e aplicações dedicadas à educação. Muitas delas foram utilizadas nesta Pós-Graduação com sucesso como o Ted Ed, o VideoAnt, o Zoom Colibri, não esquecendo a nossa plataforma de sessões assíncronas (o Moodle). Mas claro, há muitas outras aplicações e recursos digitais com os quais podemos trabalhar, e a professora Sara Dias-Trindade fala-nos sobre estes recursos no vídeo abaixo:



 



Essa enorme diversidade de recursos por um lado permite-nos escolher o método indicado para o processo de ensino-aprendizagem mas também pode levar a alguma confusão na própria capacidade de utilização, quer por parte do professor ou do aluno, daí falarmos sobre a questão da literacia digital.

Por outro lado, existe ainda muita resistência no que toca à utilização de dispositivos digitais, a software ou aplicações digitais para educação. Essa resistência é por vezes de professores, alunos e mesmo de encarregados de educação. Como um exemplo muito direto posso salientar as petições públicas que apelam ao regresso à utilização dos manuais em papel.





Como tive a oportunidade de escrever neste post (Resumo e Conclusões pessoais sobre o Tema 2 - Inovação em Educação Digital e em Rede da Unidade 1 - Sociedade e Educação e em Rede), compreendo que o digital não é tudo - o desafio está no equilíbrio que se deve criar. Nem tão pouco considero que o próprio ensino analógico deva ficar estagnado enquanto o digital evolui. Mas se estamos num ponto chave da transição para um ensino “onlife”, estas barreiras vão surgir precisamente no momento em que ainda não estamos onde queremos. O argumento da Suécia, que recuou com os manuais digitais, após resultados menos bons nos testes PISA creio ser um exemplo destas reticências e questões que são legítimas.

Neste momento, estando a inteirar-me das leituras da Unidade 3 - Processos de Ensino e Aprendizagem Digital, as professoras Idalina Lourido Santos e Manuela Simões mostram-nos os benefícios do recurso a atividades de aprendizagem digitais mas também os desafios e limitações.
Não obstante, com mais ou menos retrocessos, o caminho para uma nova educação está a ser percorrido e parece-me que uma estagnação de educação sem recorrer às tecnologias emergentes seria um erro. O conceito do paradigma onlife é na minha opinião ambicioso, mas terá de ser uma realidade sob pena da educação ficar parada no tempo.

Referências bibliográficas:


- Dias-Trindade S., Ota M. A. e Gomes E. da Silva (2022). Competências digitais: perspectivas para inov@r os espaços de aprendizagem in Berg J., Vestena C. L. B. e Costa-Lobo C. (Org.), Criatividade, educação e inovação social. Série Tecido em Criatividade, Volume 4. São Paulo: Pimenta Cultural, 2022.

- Haleem, A., Javaid, M., Qadri, M. A., & Suman, R. (2022). Understanding the Role of Digital Technologies in education: a Review. Sustainable Operations and Computers, 275–285. Sciencedirect. https://doi.org/10.1016/j.susoc.2022.05.004

- Moreira, J. A., & Schlemmer, E. (2020). Por um novo conceito e paradigma de educação digital onlife. Revista UFG, 20.

- Schlemmer, E., & Moreira, J. A. (2020). Ampliando Conceitos para o Paradigma de Educação Digital Onlife. Interações, 55, 103–122.

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