quinta-feira, 16 de maio de 2024

As E-atividades e a sua mais valia no processo de ensino/aprendizagem

Como referi no fórum da sala virtual assíncrona 1, no dia 6/5/2024, ao inteirar-me das leituras desta Unidade 3 - Processos de Ensino e Aprendizagem Digital do Tema 1 - Recursos Educativos em Ambientes Digitais, pude refletir sobre a usabilidade das E-atividades, e como está provado que as mesmas podem melhorar o ensino/aprendizagem.

Há cada vez mais ferramentas digitais que podem ser usadas para a criação de E-atividades (e já algumas foram usadas nesta Pós-Graduação com sucesso). O que consigo aprender e refletir sobre a utilização das E-atividades é que elas para terem sucesso neste processo não devem somente ser usadas sem critério, apenas sob o pretexto de ser digital e por isso, fora de série. Ainda esta semana, enquanto encarregado de educação, recebi um convite para assinar uma petição a apelar ao cancelamento da utilização dos manuais digitais e ao regresso aos manuais em papel, com boas argumentações a desfavor da utilização do digital.



Acerca da petição, como tive a oportunidade de referir no fórum, não a assinei, pois não concordo com este retrocesso. Sem dúvida que os manuais digitais são uma mais valia para os espaços híbridos. Na minha ótica, não podem ser usados somente como uma substituição dos manuais em formato de papel, é também necessária uma formação mais ampla que possibilite mostrar mais potencial acerca da sua utilização e depois, acho que a todas as fases de transição se estabelecem estes desafios que acabam por definir diálogos e debates que posteriormente, até poderão acabar por melhorar os utilizadores e as próprias aplicações dos manuais digitais.


Creio que a transição digital que já está a ser desenvolvida passará por muitas reticências e por muitas interrogações que são normais num amplo debate consciencioso e responsável. Na minha opinião, o meio termo será sempre a perspetiva ideal, com bom senso. Assim, o termo hibridismo é aquele que me parece o mais equilibrado. A questão da literacia digital e das capacidades técnicas para saber lidar com a panóplia de recursos digitais que existem merece também uma reflexão. Sim, é importante saber utilizar tecnicamente as ferramentas, e eu como professor de Informática tenho o dever de não me deixar ficar para trás nesta questão da atualização técnica, mas a questão pedagógica é agora o ponto fulcral da utilização das E-atividades: saber quando as utilizar e saber acima de tudo planificar a sua utilização no âmbito de uma aula. Neste contexto chamou-me a atenção o Learning Designer, uma ferramenta digital que permite que enquanto professores planificadores nos questionemos acerca das experiências de aprendizagens que estamos a planear fazer com os alunos através das E-atividades, planeando espaços temporais, alunos envolvidos, avaliação, e outros vários aspetos de um processo de aprendizagem.






Em suma, as E-atividades são uma mais valia no processo de aprendizagem, conferem uma lufada de ar fresco no ensino tradicional e devem ser bem planificadas e adaptadas ao público alvo a que se destinam, considerando a maturidade digital dos estudantes, literacias digitais, capacidades dos formandos para interagirem e colaborarem e conferindo um elemento de mais valia onde o já abordado paradigma onlife se insere.







Referências:



Recurso 1 e Recurso 2 - Atividades de Aprendizagens Digitais), Idalina Lourido Santos & Manuela Simões, 2024


https://elearning.uab.pt/mod/page/view.php?id=1048400


https://elearning.uab.pt/mod/page/view.php?id=1048401



Recurso 3 - Desenho de uma E-atividade, Idalina Lourido Santos & Manuela Simões, 2024


https://elearning.uab.pt/mod/page/view.php?id=1048403



Goulão, Fátima; org. - Desenho de e-atividades para ambientes digitais. Lisboa: Universidade Aberta, 2024. 62 p. (eUAb. Educação a Distância e eLearning; 20). ISBN 978-972-674-964-6
Disponível em: https://doi.org/10.34627/uab.ead.20


Moreira, J., Henriques, S., Barros, D., Goulão, M. F., & Caeiro, D. (2020). Atividades de Aprendizagem Digital. Educação Digital em Rede: princípios para o design pedagógico em tempos de pandemia, pp. 40-47. Universidade Aberta.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Learning Designer - Uma ferramenta para ajudar a planificar aulas híbridas e não só

Na Unidade 3 - Processos de Ensino e Aprendizagem Digital, ministrados pelas docentes Idalina Lourido e Manuela Simões, aquando do Tema 1 - Recursos Educativos em Ambientes Digitais, tive a oportunidade de me inteirar da aplicação Learning Designer, uma ferramenta digital que permite que enquanto professores planificadores nos questionemos acerca das experiências de aprendizagens que estamos a planear fazer com os alunos através das E-atividades e não só, planeando espaços temporais, alunos envolvidos, avaliação, e outros vários aspetos de um processo de aprendizagem.

Assim, consegui, aquando deste Tema 1, testar o programa, tendo efetuado o registo no site https://www.ucl.ac.uk/learning-designer/index.php




O registo é simples e requer uma conta que é facilmente criada, bastando introduzir o nome completo, e-mail, Username e uma password.



Após se efetuar o registo, é claro necessário fazer o login na conta, acedendo ao Learning Designer.


De seguida, a aplicação dá-nos as boas vindas e para criarmos uma nova planificação é necessário clicar em "Go to the Designer".


Entrando no modo "Designer", ficamos perante o menu editável da nossa aula, no qual podemos introduzir TLA's (Teaching and Learning Activities). É também aqui que designamos a nossa aula, dando um nome, definindo quanto tempo dura, quais são as metas e objetivos a atingir e que tipo de aula vai ocorrer.



"Ao clicar em Add TLA" vamos adicionar as "Teaching and Learning Activities", onde vamos definir como vai ocorrer cada TLA e quais os objetivos.
Por exemplo, para esta aula fícticia, pensei numa aula de 90 minutos normal, e separei-a em 3 TLA's. Na primeira parte, elaborei uma E-atividade colaborativa entre os alunos, utilizando o Kahoot, na qual, de uma forma breve, toda a turma vai fazer um pequeno comentário a uma imagem introduzida posteriormente no Kahoot sobre o tema das alterações climáticas. Cada aluno vai então ter 25 minutos para criar o seu comentário, após a reflexão/visualização da imagem em questão. Esta é a primeira TLA. De seguida, criei a segunda TLA, com o objetivo de investigação e pesquisa, onde os alunos, com base nos comentários anteriores dos colegas vão desenvolver uma pesquisa e leitura sobre as temáticas abordadas no TLA inicial. Após esta leitura, inicia-se a terceira e última TLA, em que os alunos vão preencher um formulário (aqui defini que seria feito no Google Forms), de modo a inquirir os conhecimentos adquiridos nas TLA's anteriores. 



Após o correto preenchimento das atividades no Learning Designer, temos agora vários recursos, um deles é a exportação da nossa aula que pode ser feito para várias plataformas (O moodle é uma delas). Optei neste exemplo pelo Word, em que é criado um documento em formato DOC com o resumo da aula criada.


 É possível também partilhar e dar permissões de edição da nossa aula a um outro registo, neste caso a partilha podia ser efetuada com um colega, que podia aproveitar este trabalho para modificar esta aula, criando a sua própria aula ou mesmo colaborar na mesma aula, caso fosse dada pelos dois colegas.



O modo "Analysis" cria-nos gráficos bastante intuitivos que resumem a aula e permitem-nos analisar com facilidade a experiência de aprendizagem desta aula.

Em conclusão achei esta ferramenta uma mais valia para a planificação de aulas híbridas em que utilizamos E-atividades, porque de uma forma rápida e prática ficamos ao dispor de um resumo muito abrangente daquilo que será a aula, com gráficos que são automaticamente criados, com o modo partilha que é muito útil no âmbito do trabalho colaborativo entre colegas e julgo que é uma ferramenta que certamente irei utilizar nas minhas aulas futuras.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Abordagem geral sobre o recurso ao digital - Unidade 1 e Unidade 2


Tendo praticamente terminadas as Unidades 1 (Sociedade e Educação Digital e em Rede) e 2 (Ecologias e Ambientes Virtuais de Aprendizagem) da Pós Graduação Educação Digital e em Rede (Universidade Aberta), acho importante fazer uma reflexão geral sobre as temáticas abordadas, fazendo uma contra-análise, abordando vantagens mas também desvantagens do ensino com o recurso ao digital.

Como é sabido, o Plano de Ação para a Educação Digital, uma iniciativa da União Europeia, defende o ensino com recurso ao digital e, de forma sólida, perspetiva o futuro, enquadrando esses recursos digitais como úteis e mesmo preponderantes para uma melhor educação.

No vídeo seguinte, o professor J. António Moreira também defende a importância do digital, abordando esse surgimento aquando da pandemia, e no paradigma assente no desenvolvimento da educação digital, o quão necessário foram os recursos digitais para manter o ensino assente e a decorrer numa altura crítica onde uma grande parte da sociedade parou:




No vídeo, disponível no Youtube, o professor e autor responde à questão "O que significa hoje falar em realidade hiperconectada e educação onlife?", perspetivando um futuro para a educação.


Em suma, são inúmeras as vantagens do recurso ao digital, e este novo paradigma “onlife” que emerge parece ser inevitável e o caminho certo a percorrer rumo a um ensino de melhor qualidade e que chegue a todos de uma forma justa.


No livro "REIMAGINAR NOSSOS FUTUROS JUNTOS — Um novo contrato social para a educação", publicado em 2022 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, é feita uma análise extremamente completa dos desafios que vão emergir e são lançadas várias conclusões que vão também de encontro ao ensino digital.

Tentei resumir o livro em três partes:


Parte 1


Parte 2


Parte 3



A professora Sara Dias-Trindade aborda de uma forma direta essas competências digitais, relatando a integração das plataformas virtuais na educação. No vídeo abaixo, a professora fala dos ecossistemas de inovação na educação e a importância das competências digitais:







As tecnologias de assistência à aprendizagem podem ser smartphones, smartboards, tablets, portáteis e muitos mais dispositivos que vão trabalhar com inúmeros softwares e aplicações dedicadas à educação. Muitas delas foram utilizadas nesta Pós-Graduação com sucesso como o Ted Ed, o VideoAnt, o Zoom Colibri, não esquecendo a nossa plataforma de sessões assíncronas (o Moodle). Mas claro, há muitas outras aplicações e recursos digitais com os quais podemos trabalhar, e a professora Sara Dias-Trindade fala-nos sobre estes recursos no vídeo abaixo:



 



Essa enorme diversidade de recursos por um lado permite-nos escolher o método indicado para o processo de ensino-aprendizagem mas também pode levar a alguma confusão na própria capacidade de utilização, quer por parte do professor ou do aluno, daí falarmos sobre a questão da literacia digital.

Por outro lado, existe ainda muita resistência no que toca à utilização de dispositivos digitais, a software ou aplicações digitais para educação. Essa resistência é por vezes de professores, alunos e mesmo de encarregados de educação. Como um exemplo muito direto posso salientar as petições públicas que apelam ao regresso à utilização dos manuais em papel.





Como tive a oportunidade de escrever neste post (Resumo e Conclusões pessoais sobre o Tema 2 - Inovação em Educação Digital e em Rede da Unidade 1 - Sociedade e Educação e em Rede), compreendo que o digital não é tudo - o desafio está no equilíbrio que se deve criar. Nem tão pouco considero que o próprio ensino analógico deva ficar estagnado enquanto o digital evolui. Mas se estamos num ponto chave da transição para um ensino “onlife”, estas barreiras vão surgir precisamente no momento em que ainda não estamos onde queremos. O argumento da Suécia, que recuou com os manuais digitais, após resultados menos bons nos testes PISA creio ser um exemplo destas reticências e questões que são legítimas.

Neste momento, estando a inteirar-me das leituras da Unidade 3 - Processos de Ensino e Aprendizagem Digital, as professoras Idalina Lourido Santos e Manuela Simões mostram-nos os benefícios do recurso a atividades de aprendizagem digitais mas também os desafios e limitações.
Não obstante, com mais ou menos retrocessos, o caminho para uma nova educação está a ser percorrido e parece-me que uma estagnação de educação sem recorrer às tecnologias emergentes seria um erro. O conceito do paradigma onlife é na minha opinião ambicioso, mas terá de ser uma realidade sob pena da educação ficar parada no tempo.

Referências bibliográficas:


- Dias-Trindade S., Ota M. A. e Gomes E. da Silva (2022). Competências digitais: perspectivas para inov@r os espaços de aprendizagem in Berg J., Vestena C. L. B. e Costa-Lobo C. (Org.), Criatividade, educação e inovação social. Série Tecido em Criatividade, Volume 4. São Paulo: Pimenta Cultural, 2022.

- Haleem, A., Javaid, M., Qadri, M. A., & Suman, R. (2022). Understanding the Role of Digital Technologies in education: a Review. Sustainable Operations and Computers, 275–285. Sciencedirect. https://doi.org/10.1016/j.susoc.2022.05.004

- Moreira, J. A., & Schlemmer, E. (2020). Por um novo conceito e paradigma de educação digital onlife. Revista UFG, 20.

- Schlemmer, E., & Moreira, J. A. (2020). Ampliando Conceitos para o Paradigma de Educação Digital Onlife. Interações, 55, 103–122.

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